Transporte multimodal: saiba como funciona
Quando o assunto é transporte de carga, otimizar custos e buscar agilidade nas entregas são objetivos primários. Para tal, o uso de mais de um modal muitas vezes é um grande aliado no aprimoramento dos serviços logísticos.
Saber o que é e como funciona o transporte multimodal é de suma importância, especialmente se tratando de grandes empresas que trabalham com produtos ou insumos de origem estrangeira, categoria que requer esse tipo de transporte com mais frequência.
Com tais necessidades em mente, o tema da conversa de hoje será o transporte multimodal e qual o seu impacto nos serviços logísticos. Confira!
O que é o transporte multimodal? Como funciona?
O transporte multimodal consiste na utilização de dois ou mais tipos de modais de transporte a partir de um único contrato. Seu objetivo é conferir agilidade e eficácia às operações de transporte de cargas. Isso significa que até alcançar seu destino final, a mercadoria será transportada por trens, caminhões, navios, aviões ou qualquer outro tipo de condução necessária para concluir o envio.
Para que esse tipo de transporte de produto ocorra, é necessária a existência de um Operador de Transporte Multimodal (OTM), que é uma empresa de logística que assumirá o compromisso sobre o envio da carga, ainda que esta não execute nenhuma das etapas do serviço logístico.
É importante lembrar que o OTM deve ter um registro na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e que a operação demanda a emissão do Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC), válido como documento fiscal do transporte e como contrato de prestação de serviços.
Quais as vantagens e os diferenciais do transporte multimodal?
O Transporte Multimodal apresenta diversas vantagens para contratados, operador e embarcador ao combinar eficientemente múltiplos modos de transporte, otimizando prazos, reduzindo custos de inventário e mantendo o controle sobre os custos das mercadorias. Também podemos citar entre as vantagens:
– Menor burocracia: a presença de apenas um operador responsável garante maior comodidade e segurança, pois o CTMC é válido como documento fiscal durante todo o processo, dispensando a assinatura de vários contratos;
– Centralização da responsabilidade em um único operador de transportes: a figura do OTM deve garantir que todas as operações do transporte de produto estejam em perfeito funcionamento, evitando que você tenha de cuidar de vários contratos para transportar seu material;
– Redução de custos: o OTM preza pela melhor utilização da infraestrutura disponível e de modais mais eficientes para o transporte de carga, reduzindo custos. Gastos indiretos como custos com recursos humanos também são reduzidos; e
– Expansão no mercado: o uso de diferentes modais permite que a sua empresa ganhe a capacidade de atender a áreas com necessidades específicas de transporte.
Quais são os modais envolvidos?
No transporte multimodal, os modais mais utilizados são o rodoviário, o ferroviário, o aquaviário, o aéreo e o dutoviário. Saiba mais sobre cada modal a seguir!
Rodoviário: sem dúvidas o modal mais utilizado no Brasil, a despeito do baixo investimento em infraestrutura das rodovias brasileiras. Geralmente, utilizam-se caminhões que transportam os mais diversos tipos de cargas por estradas e rodovias.
Ferroviário: aqui o transporte de produto é feito por meio de trens que geralmente levam cargas de baixo valor agregado. Não é bem representado no Brasil, porém é extremamente relevante em diversos países estrangeiros.
Aquaviário: engloba tanto o transporte de carga por via marítima (mares abertos) quanto por via fluvial (rios e lagos). Transporta principalmente matérias-primas. Possui grande capacidade de carga e baixíssimas taxas de acidentes.
Aéreo: a extrema agilidade e eficácia fazem com que este seja o modal favorito para quem deseja urgência. Ideal para transpor as cargas de alto valor agregado, vacinas, animais vivos etc.
Dutoviário: aqui o transporte de produto é feito por meio de tubulações. Embora transporte pouca variedade de produtos (água, cerveja, derivados de petróleo, gás e minérios), o modal dutoviário é econômico, seguro e funciona 24 horas por dia.
Transporte intermodal e multimodal: qual a diferença?
É comum ver confusões envolvendo as definições de transporte intermodal e multimodal. Ambas usam mais de um modal para o transporte de carga, porém há diferenças. Distinguir esses conceitos é essencial para a tomada de decisões, pois a escolha de modais influencia diretamente na otimização de processos, na agilidade e na redução de custos – fatores cruciais para quaisquer serviços logísticos. Conheça as principais diferenças entre transporte intermodal e multimodal:
Documentação: enquanto o transporte multimodal faz uso de um único documento (CTMC) durante todo o processo, o intermodal faz a emissão de um novo documento em cada modal utilizado;
Divisão de responsabilidades: na multimodalidade, existe a figura do OTM, que se responsabiliza pela carga durante todo o trajeto, enquanto no transporte intermodal há uma divisão mais clara das responsabilidades; e
Tipo de contrato: no transporte intermodal, um novo contrato entra em vigor toda vez que ocorre uma mudança de modal, o que não ocorre na multimodalidade devido ao fato de que o operador administra todo o fluxo das cargas e firma o acordo diretamente com o cliente.
Decidir qual é a melhor opção entre multimodal e intermodal depende de uma análise criteriosa de detalhes, como praticidade, prazo para entrega etc.
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